Adequações propostas pelo CAR mudaram cenário em propriedade rural de Francisco Alves

Nascente de água volta a verter água apenas um ano após preservação de reserva.

A realidade e o cenário da propriedade de Vilson Cândido, agricultor de Francisco Alves, mudaram consideravelmente após a realização do Cadastro Ambiental Rural (CAR) há um ano. Sua área de reserva não era protegida e ficava vulnerável ao gado, que acabava compactando o solo, quebrando a vegetação e “afogando” as minas. “Alguns técnicos nos diziam da possibilidade de termos nascentes em nossa propriedade, mas até então nunca tínhamos visto”, lembra Cândido.

Foi então que resolveu procurar o Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais de Francisco Alves, há um ano. “Tirei todas as minhas dúvidas e receios com o pessoal do Sindicato e levei a documentação necessária para o Cadastro. Em dois dias me ligaram dizendo que estava pronto. Foi muito rápido e sem burocracia”, disse. Dentre as orientações recebidas após sua adesão ao CAR, isolar a reserva com cercas e recompor algumas vegetações que foram destruídas pelo gado foram as principais.

“Foi a melhor coisa que fizemos. Vínhamos passando por um período de dificuldades por conta da falta de água. Até fomos orientados a furar um poço artesiano”, revela. Foi então que, apenas seis meses após terem colocado em prática as orientações recebidas, a família percebeu que a água começou a brotar. “Hoje, um ano após, ela aumentou tanto que estamos já com novos projetos de irrigação”, anima-se o agricultor. Segundo ele, essa nascente nutre um córrego que passa atrás de sua propriedade de nove hectares que, por sua vez, desagua no Rio Piquiri.

Atualmente o cenário é outro. “Tudo mudou. Agora aparece até passarinhos que nunca tínhamos visto antes”, diz. Temos hoje uma água de qualidade, sem cloro e quando precisamos de algum empréstimo no Banco, tudo é mais fácil porque estamos no CAR. Além das mudanças físicas, a nascente também trouxe um renovar de ânimos à família, que já está cheia de novos projetos. Vilson pretende implantar a irrigação para cultivar sorgo ou milho para alimentar o gado, aumentar o número de vacas leiteiras (passar de 32 para 40) e também plantar cana, entre outros. “Já estou em contato com a EMATER e com o STR, que estão me orientando”, conta.

Conscientização – O agricultor lamenta que muitos trabalhadores rurais não se conscientizaram acerca da importância de preservar. “Reclamam que estão com dificuldades, mas não tomam as medidas necessárias. Pensam apenas no presente e que vão perder espaço para a criação. Na verdade, vão é ganhar se fizerem”, recomenda.

Fonte: FETAEP

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